quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Cisnes e Galos.

Um dos meus maiores ídolos na propaganda está sendo acusado de corrupção. Não que todos sejam santos ou que todos sejam maus. Fico sem saber em qual lado está a verdade. E você, sabe? Quem puder ler um dos últimos capítulos do seu livro que conta “Casos e Coisas” da sua vida vai poder conferir. Você fica ainda mais confuso sem saber em qual lado está a verdade. Mas, você pode pensar em como foi bom ver a memorável propaganda do Gelol e escutar “Não basta ser pai, tem que participar”. Imagine quantos pais prestaram mais atenção em seus filhos. Imagine quantas pessoas fizeram mais sexo nos motéis de Salvador depois do jingle Cheiro de Amor, que virou música gravada por Maria Bethânia. Imagine quantos votos o Paulo Maluf conquistou com seus discursos.


Dizem que quando o Brasil era colonial ele sobrevivia de trabalho e propriedade privada. Existiam os cisnes e os patos. Estes tinham pouquíssimas chances de se tornarem bonitos. As pessoas não nasciam rodeadas por ideais iluministas e, assim, não desenvolviam sua maneira de pensar e em quem acreditar. Como seria o nosso país se tudo isso tivesse acontecido? Se as árvores não tivessem sumido. Se o ouro não tivesse sido fundido. Se o café não tivesse sido vendido. Somos o futuro de um povo passado. Alguns de caráter, outros não. Somos filhos de sobrenomes. Variados. Espalhados. Imigrantes. Não conhecemos o Tupi. Nosso índio não é maia, inca ou asteca. Não subimos até Machu Picchu para declarar nossa liberdade. Vamos a New York para sermos livres e bem-sucedidos. Quem sabe aquela estátua seja mágica. Valorizamos mais o que não temos do que aquilo que podemos um dia alcançar.

A escrita mudou. O bonde mudou. Ganhou placa, motor e marcha. Transformou-se em ônibus. O ônibus virou na esquina errada. Era apenas um atalho, quem sabe. Os galos tinham suas galinhas. Decidiram ter outra profissão: a de fazer dinheiro. Tornaram-se filhotes da corrupção. Seus donos se apaixonariam. Iriam conseguir mais prestígio. Seriam estrelas. Estrelas brilhantes. Iluminariam 9 dedos. Milhões de adultos. E talvez, o nosso futuro.

André Chaves

Essa propaganda é espetacular. Realmente sem comentários.


ICARO DORIA
Campanha Bandeiras
Agência : FCB Portugal