quarta-feira, 5 de março de 2008

Desaparecendo como uma foto de Polaroid.

As fotos que ilustram este post são da Polaroid de Geraldo Prado. Fotógrafo brasileiro que há um tempo mora em New York fotografando com câmeras digitais e analógicas.

Não é difícil perceber que hoje quase todo mundo tem uma câmera digital. Shoppings, parques, escolas, bares se tornaram cenas deste avanço tecnológico. Eu, quando era criança, sonhava com aquele tipo de máquina que saía um papelzinho logo que você clicava. Pois bem, nunca tive e minhas chances de ter estão contadas.

Há quase 1 mês a Polaroid, marca responsável pela fabricação e distribuição de câmeras e filmes fotográficos instantâneos, anunciou que iria fechar suas indústrias nos EUA e México parando toda a produção. A empresa não suportava mais a forte concorrência das tão presentes câmeras digitais.

É uma perda muito grande para a fotografia. Tive algumas oportunidades de ver trabalhos tão bem feitos e que saíram de uma simples câmera da década de 50. Muitos fotógrafos atuais as usavam para diversos trabalhos e depois scaneavam todo o material para ser publicado em revistas, exposições, etc.

Acho que a maior vantagem de todo o mecanismo era o de poder guardar muitas fotografias já reveladas. Com as digitais, tiram-se milhares de fotos, mas poucas são reveladas e acabam não ficando a disposição de outras pessoas. Com a Polaroid, muita gente trocava fotos com os amigos ou até mesmo colava em paredes, murais.

A “fotografia de momentos” surgiu de maneira muito diferente, se é que posso falar assim. Edwin, seu criador, começou a ter interesse em criar o novo mecanismo por causa de sua filha que em um dia de praia perguntou ao pai porque não poderia ver a fotografia logo depois de tirada.

Bom, possa ser que não seja o fim do caminho. A Polaroid já começou a criar impressoras portáteis que podem ser ligadas às câmeras digitais e celulares por usb ou bluetooth. A novidade não utiliza tinta, mas uma tecnologia que usa o calor para ativar cristais de cor no papel.

É mais uma verdade sobre as empresas que perdem o espaço para a tecnologia. A Polaroid estava numa “competição perfeita” onde o produto precisaria de fortes mudanças objetivas para entrar nessa antiga transição. Custos altos. Pouca diferenciação. Acabou que entrou no time das máquinas de escrever.


Texto: André Chaves

sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Elas são o que você gostaria que fosse.

É interessante ver como o tempo faz com que os valores mudem. Assim como quase tudo fica velho ou fora de moda, a sociedade também modifica a forma de admirar uma mulher. O estético conta, porém as atitudes tem lá sua importância.

O país na década de 50 achava que a mulher ideal seria aquela carinhosa e de sorriso cativante. O povo se dizia ingênuo e nisso a Regina Duarte pintou e bordou na televisão até o fim da ditadura.

Chegou o tempo em que as pessoas não queriam ser tão “boazinhas”. Surgia uma nova moça meio andrógena, de sobrancelhas cerradas e com jeitão que caminhava entre mulher liberada e uma criança. Ela não era meiga. Arrogância era um dos seus pontos. O nariz empinado e queixo erguido também. Chegava a época de Malu Mader.

Caminhamos da chatinha, virgem e bondosa Regina Duarte para a arrogante e liberada Malu. Talvez as mulheres do passado não tivessem dado conta de um tal recado. Um mais esculachado e que sempre estava na boca do povo.

E assim os dias foram se passando e por incrível que pareça a mentalidade do povo brasileiro foi se libertando de vez. Não quero levar este termo para o lado bom. Escolhemos a Bebel para ser a nova namoradinha. Claro que a culpa não é da Camila Pitanga (a atuação dela foi excelente). O país, a partir daquele momento, escolhia o calçadão carioca para fazer parte de toda a zona.

Agora, uma gaúcha vem se mostrando bem inusitada, se é que posso falar assim. Não é santa, nem pretende ser. Vamos dizer que é ela é bem dada. Seu ingrediente é a mistura de “ingenuidade”, muita ousadia e sensualidade. O povo diz que ela é pura, mesmo nas cenas picantes. Trair o namorado várias vezes por dia? É normal. Dois paredões e baixas porcentagens para ser eliminada. Natália, realmente, é uma forte candidata até a final do programa. O jeitinho brasileiro de pensar está mudando? Acho que não.


Texto: André Chaves

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Fralda serve para o quê mesmo?

Não há ninguém que não repare num bebê chorando. Sempre ficamos sem saber se é de fome, dor ou alguma outra coisinha inexplicável para aqueles que ainda não são pais. Bebê quando chora é quase certeiro que você precise trocar a fralda. Só que você pode trocar por uma descartável ou uma de pano. Como é mais prático e rápido você pega a de plástico e pronto. Depois de usada vai para o lixo.

O que muitos não sabem é que as fraldas descartáveis não são tão maravilhosas assim. Praticidade é a primeira coisa pensada assim que você escolhe a Pampers. Não retiro dos pais a razão de economizar tempo e trabalho. O ponto discutível aqui é que se tal atitude é totalmente positiva. Viver numa sociedade tão presente de boas ações para o meio ambiente pode nos deixar confusos sobre as pequenas escolhas. Muitos podem pensar que o Bradesco é verdadeiramente completo. Já outros: “Ah! Isto não passa de puro marketing!”.

Projeções da empresa ou não, uma coisa é certa: até quem acabou de ter um bebê pode deixar o mundo mais sustentável. Americanos gastam US$ 7 bilhões de dólares/ano em fraldas descartáveis. Se cada família optasse pelo programa de aluguel de fraldas de pano poderiam ser economizados US$ 6 bilhões, suficientes para alimentar em torno de 2,5 milhões de crianças por um ano inteiro. O censo de 2002 revelou que 2,3 milhões de crianças abaixo de 6 anos vivem na miséria.

Já diziam a frase: “Ninguém é tão grande que não possa aprender, nem tão pequeno que não possa ensinar.” Pode ser que entre os pequenos apareçam os bebês com fraldas de pano. Agora, é hora da cantiga de ninar.


Não entendeu sobre o aluguel de fraldas?

Diaper Services equivalem a serviço de lavanderia, as fraldas são deles e eles “alugam” as fraldas semanalmente, incluindo o sistema de lavagem, ainda inexistentes aqui no Brasil. Associar-se a esta modalidade de serviço vale em torno de US$13 - 17 por semana e depende de quantas fraldas a família decide usar. Assumindo-se que a família opte por uma valor de US$15,00/semana, isso equivale a 60 fraldas de pano/semana. Ao longo de 2 anos teremos um gasto de US$780,00 anuais ou US$ 65, mensais, por bebê. Quase o mesmo custo que as fraldas descartáveis, isso depende um pouco do tipo de fralda utilizada, tanto no quesito pano quanto no descartável. Se adicionarmos o uso eventual de descartáveis, o valor aumenta.

Fonte dos dados: Real Diaper Association(UK), organização coletiva não-lucrativa que difunde o uso de fraldas de pano. http://www.realdiaperassociation.org


Texto: André Chaves

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

De enfeite, eu tive um cacto.

Eu olhava para a mesa da esquerda e via milhares de livros e revistas. Depois, percebia que a minha só tinha o monitor. Para mim, tudo aquilo era só uma questão de tempo, pois quem sabe um dia eu tivesse os livros do Duailibi misturados com os do Olivetto como tinha na mesa da direita. Bom... enquanto este dia não chegava ia acumulando a papelada. Papelada!? Sim, os papéis de gráficas incluindo os bloquinhos que ajudam muito na hora de algum brainstorm da vida. Verdadeiras folhas de planejamento eu só encontrava na mesa da ponta com uma brasileira meio inglesa e francesa.

Minha cabeça continuava martelando caraminholas tentando achar alguma saída para aquela mesa de madeira e tão vazia de letras. Finalmente achei uma saída colocando uma mochila vermelha. Ah! Era um maneira de mostrar algum conteúdo, eu achei. Como tudo depende de um começo, minha mesa parece que despertou. Foram aparecendo canetas, pastas, balas e até três anuários do CCSP. Esses não me pertenciam, mas como o baiano não tinha espaço na grandiosa mesa dele claro que ofereci vaga. Oxe! Devia ser bom ter anuários num criado-nada-mudo de estagiário.

Ainda percebia que a amiga-meia-muda-mesa estava incomodada com o estilo “diferente”. Tava tanto que começou a abrigar uma sociedade de formigas. Aquelas de doce que são bem miudinhas, “nordestinamente” falando. Finalmente, a mesa passou da sua TPM e eu ainda não sei a causa científica disso. Tudo se resolveu com um cacto. Um de jarro marrom que ficava entre pedras brancas numa taça de vidro. Vai ver que os cactos liberem alguma substância anti-formiga-doce-invasora-de-mesas-de-estagiário. O que eu sei é que do cacto minha companheira mesa não passou. Chegou a hora da dança das mesas.

André Chaves