segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

De enfeite, eu tive um cacto.

Eu olhava para a mesa da esquerda e via milhares de livros e revistas. Depois, percebia que a minha só tinha o monitor. Para mim, tudo aquilo era só uma questão de tempo, pois quem sabe um dia eu tivesse os livros do Duailibi misturados com os do Olivetto como tinha na mesa da direita. Bom... enquanto este dia não chegava ia acumulando a papelada. Papelada!? Sim, os papéis de gráficas incluindo os bloquinhos que ajudam muito na hora de algum brainstorm da vida. Verdadeiras folhas de planejamento eu só encontrava na mesa da ponta com uma brasileira meio inglesa e francesa.

Minha cabeça continuava martelando caraminholas tentando achar alguma saída para aquela mesa de madeira e tão vazia de letras. Finalmente achei uma saída colocando uma mochila vermelha. Ah! Era um maneira de mostrar algum conteúdo, eu achei. Como tudo depende de um começo, minha mesa parece que despertou. Foram aparecendo canetas, pastas, balas e até três anuários do CCSP. Esses não me pertenciam, mas como o baiano não tinha espaço na grandiosa mesa dele claro que ofereci vaga. Oxe! Devia ser bom ter anuários num criado-nada-mudo de estagiário.

Ainda percebia que a amiga-meia-muda-mesa estava incomodada com o estilo “diferente”. Tava tanto que começou a abrigar uma sociedade de formigas. Aquelas de doce que são bem miudinhas, “nordestinamente” falando. Finalmente, a mesa passou da sua TPM e eu ainda não sei a causa científica disso. Tudo se resolveu com um cacto. Um de jarro marrom que ficava entre pedras brancas numa taça de vidro. Vai ver que os cactos liberem alguma substância anti-formiga-doce-invasora-de-mesas-de-estagiário. O que eu sei é que do cacto minha companheira mesa não passou. Chegou a hora da dança das mesas.

André Chaves